.:Epigramas Eugênicos:.

*EPIGRAMA: Poesia breve e satírica; sátira; dito mordaz e picante *EUGÊNICO: Referente à Eugenia (ciência social, que se ocupa do aperfeiçoamento das qualidades físicas e mentais do homem) *EPIGRAMAS EUGÊNICOS: HABITAT DE PENSAMENTOS, CRÍTICAS E ANÁLISES DEBOCHADAMENTE EMBASADAS!!! *POR QUE O MUNDO PRECISA SABER O QUE EU PENSO...

Saturday, September 02, 2006

Epopéia "Murphyniana" do sertão!

Sim, eu demorei uma eternidade para postar aqui novamente!
Tudo devidamente explicado pelo fato de que se é para postar qualquer coisa, prefiro não postar coisa alguma! Além, é claro, pelo fato de que a falta de tempo não estava deixando a minha vida a coisa mais interessante do mundo e eu estava esperando uma boa história, um fato inusitado para poder compartilhar com vocês!
E não é que para uma legítima filha de Murphy, as coisas inusitadas não tardam a acontecer?! É fato! Ainda mais quando a filha dele mora na cidade fundada e regida pelas leis dele! A máxima "pediu, tá atendido" nunca funcionou tão bem! Querem comprovar?!Ok...
Vamos aos fatos...
Após muito e muito tempo com a cara enfiada em livros, lendo desde Freud, Hobbes, Maquiavel, Françoise Choay e Jacques Le Goff até a Revolução Gloriosa, resolvi que ia dar uma espairecida, afinal, já estava criando mofo! A oportunidade perfeita para tal veio quando do anúncio de uma festa numa república chamada Alambique! Eu, que já estava injuriada de festas de repúblicas, fui contra meu próprio discernimento em prol de um pouco de diversão e, após muito pensar, decidi de última hora que ia!
Liguei para uma amiga (Lilia-Lulu, a outra filha de Murphy) que se encontrava no mesmo impasse que eu! Combinamos tudo! Ela sairia da facul e passaria aqui em casa para se trocar e depois iríamos para um esquenta na casa de uma amiga (Natália)! E de lá, rumaríamos para a festa com o povo do esquenta (Natália, Laís e Fernando), uma vez que nem eu nem ela sabíamos o endereço da república!
Tudo certo...era só esperar a dita cuja aparecer!
Depois de um tempo, antes mesmo que o previsto, Lilia-Lulu chega! Fomos nos arrumar e tal! Nesse ínterim, minha querida e sábia mãezinha dizia: "nossa, vai chover!". É óbvio que eu não acreditei no que ela estava dizendo e persisti no meu objetivo!
Logo entre os dois primeiros quarteirões após minha casa, nós já sentimos uns pingos! Nada que pudesse nos abalar, evidentemente!
Lilia-Lulu, num acesso de compulsividade, decidi que quer comer um doce de qualquer forma! Seguindo recomendações médicas de não contrariar um louco, decidi seguir sua vontade e paramos na padaria! Claro, que em meio a tantas opções, a empiastra ficou em dúvida e ficou uma eternidade para decidir entre um brigadeiro ou um alfajour!
Dada a demora, começou a garoar mais forte! Decidimos, por bem, esperar ali em frente a padoca pq uma hora a garoa tinha que parar!
Mais de meia hora se passou, a padaria fechou, o frio aumentou, raios começaram a iluminar o céu e nada da bendita garoa, que a essa hora já tinha evoluído para chuva, parar!
Já estávamos gargalhando de nervoso, quando a chuva cessou! Decidimos que essa era a hora e rumamos para o esquenta!
Eis que no meio do caminho, começa a garoar de novo! Seguindo o raciocínio de que não éramos de açucar e que já estávamos no meio do caminho, proseguimos! Proseguimos rumo ao esquenta, certo?! É...assim eu imaginei!
Descemos a rua que julgávamos ser a correta! Afinal, aquela era a rua do "prédinho verde" que a Llia-Lulu tinha dito ser próximo a casa da Natália! Quase no fim da rua, percebemos que não havia prédio nenhum ali! Viramos a esquerda (aqui em Assis tudo se acha virando a esquerda), descemos um quarteirão e nada! Subimos de novo e nada! Quando de repente....puf! BLECAUTE GERAL NA RUA! Que medo! Seguramos uma no braço da outra, rodamos mais do que frango em "televisão de cachorro" tamanho era o desepero e começamos a rir de nervoso! Estávamos perdidas, em baixo de chuva e NO ESCURO!! Eis, que percebemos que não estávamos sozinhas! Duas doidas surgiram do nada! Elas tb gritavam! Não de medo do escuro, mas de medo que o fio do poste caísse na cabeça delas (como, eu não sei!)! A luz voltou e elas nos explicaram que o tal prédio verde ficava "virando as esquerrrrda, um quarrrteirão pra cima"! Do mesmo jeito que as doidas apareceram, elas sumiram! Seguimos, então, o caminho indicado e...EURECA! Achamos o bendito prédio verde!
Tudo perfeito, não?! Só tinha um problema! A ANTA da Lili-Lulu não sabia qual o número da casa da Natália! Apenas se lembrava da "estrutura da casa" que ficava ao lado do prédio!
Nisso a chuva aumentou! Chovia torrencialmente, com direito a raios homéricos e tenebrosos, e as duas palermas estavam paradas no meio da rua sem saber se a casa era a de cima, a de baixo...eu, que já estava com um mal humor do cão e com um frio da porra, falei que era para a Lilia ligar para o Fernando e pedir para ele aparecer na porta da casa e acenar para gente! Ela assim o fez e o Fe disse que já estava saindo!
Cinco longos minutos se passaram e nada de ninguém acenar de casa alguma!
Lilia-Lulu decide ligar de novo para Fernando (que já estava para lá de Bagdá, afinal enquanto nos molhávamos, ele molhava a garganta do bom e velho goró) para pedir o endereço da casa, pois achávamos (ahá! a essa hora tinhamos a certeza de que estávamos) que estávamos em frente ao prédio verde errado (detalhe: Assis só tem 3 prédios pintados de verde!). Fernando diz o nome da rua e o número da casa para Lilia-Lulu, que rapidamente desliga a fim de economizar créditos do ceu celular! A boneca olha para a minha ensopada cara e diz o endereço, tendo a plena convicção de que eu sabia onde a tal rua ficava! Eu moro em Assis, cazzo! Eu tinha que saber! Tinha?! Olha, se tinha, esqueceram de me avisar! Eu já tinha até ouvido falar e sabia que a rua ficava ali perto, mas não fazia a MÍNIMA idéia de como fazer para chegar lá!
Como que no fim de uma luta de boxe, após "n" nocautes, erguemos a mão e pedimos arrego!
Chegava para nós! A chuva aumentava sobremaneira, a intensidade dos raios idem e nós estávamos congeladas! Era hora de dar Tchau!
Subimos a rua no melhor estilo "pintos molhados" rumo ao lugar de onde partimos (no caso, minha casa)! Não sabíamos se ríamos ou chorávamos! Não sabíamos se estávamos com mais frio ou raiva!
Quando chegamos no final da rua, avistamos a avenida da faculdade e um local coberto! Eu, que já estava uma pilha de nervos, resolvi que aquele era o abrigo ideal para pararmos, furmarmos e depois prosseguirmos no longo caminho! Paramos...
Eis que...puf! BLECAUTE GERAL NA AVENIDA MAIS DESERTA DE ASSIS! E nós lá...paradas feito um "ais" de paus! Que pânico! Estávamos petrificadas de medo! Não faltava mais nada para acontecer a não ser, sermos assaltadas e estupradas! E pior, a chuva estava em seu vigor maior nesse momento! Vivíamos a definição mais completa do "se correr o bicho pega, se ficar o bicho morde"!
Ainda bem que as coisas não duram muito tempo na cidade dos três "Ss"! Logo a Luz voltou! A chuva deu uma leve diminuída e nós prosseguimos no caminho! Adiante, vislumbramos um pequeno obstáculo que nos impedia de passar para o outro lado da rua (onde eu tinha que virar para pegar a rua que dava na minha casa): uma poça de àgua que mais parecia um riacho com direito a correnteza e tudo! Tudo certo! Pegamos o embalo, saímos correndo e conseguimos pular a poça! Só que o embalo foi por demais entusiástico e não só atravessamos a poça, como fomos parar no meio da rua! Quase fomos atropeladas! Mero detalhe...
Prosseguimos pensando que não nos faltava acontecer mais nada, quando uma pilha gigante de telhas despensa do nosso lado! Tudo certo! Afora o susto, nenhum ferido!
Continuamos...quando viramos a rua perpendicular a minha casa, um cidadão surge do nada de trás de um monte de tijolos! Lilia-Lulu e eu, mortas de medo, atravessamos para o lado oposto ao do sujeito! Sujeito esse que parou num boteco ao lado da pilha de tijolos e teve a pachorra de virar para gente e falar: "tadinhas! Tá chovendo, é?!"
Dado o cansaço e o péssimo estado de espírito, simplesmente ignoramos o bebum! E continuamos a longa caminhada com a chuva incessante!
Ainda tivemos de atravessar algumas poças-riachos, mas até aí, a essa altura do campeonato, isso era fichinha!
Quando chegamos na porta de casa, e eu fui pegar a chave para abrir o portão (chave que caiu no chão), olhei para o celular, que indicava uma chamada não atendida! Abri o portão, entrei e quando já estava no coberto, fui ver de quem era a ligação! Sabe aquela pessoa que há anos vc espera que te ligue, que dê um sinal de vida pq vc perdeu o fone dela, ou brigou e nunca mais viu?! Pois é...foi essa pessoa me ligou! EU EU NÃO ATENDI PQ A MERDA DA CHUVA NÃO ME DEIXOU OUVIR O FONE TOCAR! Foda, não?!
Que nada! O melhor de tudo foi ter que aguentar a minha mãe gargalhando da minha cara e apóa deitar na cama, perceber que a chuva parou!
Fala sério! Zicada, eu?!
Imaginaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!
No outro dia, na facul fiquei sabendo que a festa foi adiada para o dia seguinte! Mas agora era uma questão de honra! Eu não ia nem que me pagasse! E não fui mesmo....até porque estou gripada, é claro!
É por isso que eu corroboro com a teoria do papis:
"Se alguma coisa pode dar errado, dará!" (Murphy)
O post foi grande, mas merecia ser contado na íntegra!
Aaaaaaaaaaaaaaaaaaatchiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim! Snif!
Alguém tem uma aspirina aí pra me dar?!